sábado, 8 de setembro de 2007

Capº 13 - REGO, dos Açores

UMA ASCENDÊNCIA REGO

1- José Jacob Biotti, natural da cidade de Lisboa, filho de Guilherme Biotti, natural do Piemonte, assentou praça de soldado voluntário para o Estado da Ìndia para onde embarcou na monção do ano de 1737.
2- Em consideração do que, e por constar de certidão da matrícula geral do dito Estado ter servido nele, lhe foi feita mercê de vinte mil reis de tença, os quais renunciou em sua irmã Dona Cecília Maria Teresa Spínola que “largará doze à pessoa com quem casar para obter o hábito da ordem de Cristo que lhe mandará lançar por haver sido aprovada a renúncia que nela faz o dito seu irmão.”
3- “El Rei N. S. há por bem mandar lançar o hábito da Ordem de Cristo a Brás da Silva Ribeiro para o ter com doze mil reis de tença por estar legítimamente casado com Cecília Maria Teresa a quem foi feita a mercê.”
4- Brás da Silva Ribeiro nasceu em 31 de Janeiro de 1716 e foi baptizado na igreja de São José de Ponta Delgada pelo Padre António de Paiva em 9 de Fevereiro do dito ano, tendo sido padrinhos Simão de Miranda, mercador homem casado da freguesia de São Sebastião e Martinha de Cristo do Convento de Santa Bárbara, por procuração de António de Medeiros, filho de Francisco Dorta, da freguesia de São Pedro.
4- Era filho de outro Brás da Silva Ribeiro, Sargento do Número do Prezídio da Cidade de Ponta Delgada, e de sua mulher D. Maria d´Assumpção Tavares que casaram em 19 de Março de 1707, de tarde, na igreja paroquial de São Sebastião, Matriz da cidade de Ponta Delgada, “precedendo as denunciações na forma do Sagrado Concílio Tridentino e constanto por mandado do muito Reverendo Ouvidor do Eclesiástico o Doutor João Velho de Faria Machado não terem canónico impedimento.” Foram solenes testemunhas o Capitão Maior da Vila da Alagoa Francisco Machado de Faria e Maia e o Capitão Gaspar de Medeiros de Sousa, e outro muito povo.
5- D. Maria d´Assumpção era filha do Capitão Duarte Tavares Correia natural da Ribeira Grande e de Maria do Rosário Moniz baptizada na igreja paroquial de Nossa Senhora da Estrela, Matriz da Vila da Ribeira Grande.
6- Nas provanças da limpeza e qualidade de efectuadas a 10 de Fevereiro de 1744 na freguesia de S. Pedro, Ponta Delgada, na ilha de S. Miguel, foram ouvidas, entre outras, as seguintes testemunhas, que declararam:
7- Manoel de Sousa de Viveiros, homem bom, lavrador, morador na freguesia de São Pedro desta cidade de Ponta Delgada, Ilha de S. Miguel, 65 anos: o avô da parte materna Duarte Tavares era homem e dos primeiros desta ilha; Duarte Tavares pela sua nobreza e qualidade era dos principais desta ilha.
8- Manoel de Crasto, morador nesta freguesia de São Pedro e Partidor do Conselho desta cidade de Ponta Delgada, 68 anos: o avô materno Duarte Tavares era das melhores e mais graves famílias desta ilha.
9- o Capitão-Mor desta vila da Ribeira Grande, Manoel de Sousa Correia, de 64 anos: Duarte Tavares, avô do justificante era natural desta vila e era dos principais.
10- João Rodrigues Bico, natural e morador nesta vila, homem mercador, 77 anos: Duarte Tavares que morava na praça desta vila e daqui fora morar para a cidade era homem da governança.
11- João Rodrigues Santos, natural do lugar de Rabo de Peixe e morador nesta vila da Ribeira Grande há mais de cinquenta anos e nela taberneiro, 76 anos: muito bem conheceu a Duarte Tavares nesta vila da Ribeira Grande na praça velha (...) e que daqui fora morar para a cidade e que era das primeiras famílias desta ilha tido e havido por cristão velho.
12- João Pacheco Carrasco, natural e morador nesta vila da Ribeira Grande, 80 anos: conheceu bem a Duarte Tavares e o tratara enquanto fora morador nesta vila e depois de ser capitão fora morar para a cidade de onde não teve mais comunicação sua (...) mas que sabe que era das principais famílias desta ilha limpo de toda a raça...
13- José Cordeiro, morador nesta, carreteiro, 79 anos: só Duarte Tavares era natural da vila da Ribeira Grande e viera sendo mancebo morar nesta e que lavrando terra sua no lugar das Calhetas alcançara a Maria do Rosário e a trouxera consigo para esta cidade de quem teve Maria Tavares, mãe do justificante a qual se criou em casa de seu parente o Capitão Intertenido João Borges de Bitancourt donde casou com o sobredito Brás da Silva pai do justificante; o capitão Duarte Tavares era nobilíssimo.
14- António Francisco do Rego Botelho e Faria, ajudante de infantaria na ilha de S. Miguel e dela natural e assistente nesta corte na freguesia dos Mártires, 41 anos: disse ser parente do justificante em 5º grau.
15- Na obra “Genealogias das ilhas de S. Miguel e Santa Maria” de Rodrigo Rodrigues, no seu volume 1º, no capítulo 18º que trata “da descendência de Gonçalo do Rego, o Velho” na página 366,
16- Encontramos o Capitão Manuel do Rego Cabral, nascido em 1607 e casado na Matriz da Ribeira Grande em 2.5.1622, com D. Maria da Ponte Raposo.
17- Que tiveram, entre outros filhos, a:
Francisco do Rego e Sá,
Maria da Ponte Coutinho
e Duarte Tavares.
18- Francisco do Rego e Sá, Capitão, nasceu na Matriz da Ribeira Grande e faleceu na Matriz de Ponta Delgada a 5.12.1704.
Casou, pela primeira vez, no RL com D. Maria de Pimentel de Barros de quem teve a:
António do Rego de Faria, Capitão, que faleceu em 1729 viva em Ponta Delgada, com 84 anos. Casou na Matriz de Ponta Delgada com D. Catarina Botelho do Canto de quem teve a:
João do Rego do Canto Botelho de Faria, casado a 9.7.1691, com D. Antónia Faustina da Câmara ou Leite de Medeiros, de quem teve a:
António Francisco do Rego Botelho de Faria que tudo indica ser a testemunha que, no ponto 14 deste trabalho, afirma ser parente do justificante em 5º grau.
19- D. Maria da Ponte Coutinho casou 3 vezes com 3 viúvos, sendo o terceiro o Capitão João Borges de Bettencourt com quem casou na Matriz de Ponta Delgada em 4.2.1697, e que seria, provavelmente, o parente em casa de quem Maria Tavares se criou, conforme ponto 13 deste trabalho.
19- Por último, Duarte Tavares, que casou na Terceira com D. Violante de quem não teve geração e que seria homem dos primeiros desta ilha e que pela sua nobreza e qualidade era dos principais desta ilha; era das melhores e mais graves famílias desta ilha; Duarte Tavares, avô do justificante era natural desta vila e era dos principais; Duarte Tavares que morava na praça desta vila e daqui fora morar para a cidade era homem da governança; que era das primeiras famílias desta ilha tido e havido por cristão velho; era das principais famílias desta ilha limpo de toda a raça; o Capitão Duarte Tavares era nobilíssimo(ver pontos 8 a 13 deste trabalho).


FONTES:

(1) ANTT, Chancelarias de D.João V: José Jacob Bioto, filho de Guilherme Bioto, natural de Lisboa. Carta de padrão de 20$000 réis de tença anual em vida para sua irmã Cecília Maria Teresa – de 26 de Novembro de 1739, livro 98 – 53v.

(2) Igreja do Loreto, livro das desobrigas (rol dos confessados) de 1745: Guilherme Biotti, piemontês, casado, vivia às portas de Santa Catarina.

(3) ANTT, Habilitação de Brás da Silva Ribeiro, Letra B, Maço1, nº 21, Ordem de Cristo.

(4) Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada, Livro 7 de baptismos da freguesia de S. José de Ponta Delgada, folha 114 verso.

(5) Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada, Livro 4 de casamentos da freguesia de S. Sebastião da Matriz de Ponta Delgada, folha 211.

(6) Rodrigues, Rodrigo, “Genealogias das ilhas de S. Miguel e Santa Maria”, Volume 1º, Edição da Sociedade Afonso Chaves, Associação de Estudos Açoreanos, Ponta Delgada, 1998.





INDÍCE
24.Julho.2003

(1) Certidão de baptismo de D. Maria Liberata (1777)
(2) Casamento de Joaquim Germano com D. Inácia Violante (1775)
(3) Certidão de baptismo de Joaquim Germano (1745)
(4) Certidão de óbito de Paula Joana (1760)
(5) Certidão de óbito de Dona Ângela Domingas (1810)
(6) Certidão de baptismo de D. Inácia Violante (1758)
(7) Certidão de baptismo de Brás da Silva Ribeiro (1716)
(8) Certidão de baptismo de Manoel da Silva Ribeiro (1718)
(9) Casamento de Brás da Silva com Maria da Assumpção (1707)
(10) Habilitação de Brás da Silva Ribeiro, Letra B, Maço1, nº 21, Ordem de Cristo (1744)

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(1) Certidão de baptizado de D. Maria Liberata

Livro 4 de baptizados, freguesia de S. Cristovão, Lisboa, página 207:

“aos 6 dias do mês de Janeiro de 1777 baptizei e pus os santos óleos solenemente a Maria que nasceu em 12 de Dezembro do anos passado de 1776, filha legítima de Joaquim Germano da Costa Machado, natural e baptizado nesta freguesia de S.Cristovão, e de D. Inácia Violante Roberta da Silva, natural e baptizada na freguesia dos Mártires, recebidos na freguesia de Nossa Senhora da Pena e moradores na Rua Direita desta freguesia. Madrinha por devoção Nossa Senhora dos Prazeres e Padrinho o Dr. Manoel António da Fonseca Professo da Ordem de Cristo opositor às cadeiras da Universidade de Coimbra e morador aos Anjos de que fiz este termo...”

Nota: na página 221 verso do mesmo livro há um baptizado igual a este em tudo, excepto na data que é 1779 e nos padrinhos.
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(2) Casamento de Joaquim Germano com D. Inácia Violante

Livro 16 de casamentos, freguesia da Pena, página 158 verso:

“Novembro de 1775
aos onze dias do mês de Novembro de 1775 anos de tarde nesta paroquial igreja de Nossa Senhora da Pena, em presença de mim o padre José de Mendonça cura na mesma igreja, receberam por marido e mulher, como manda a Santa Madre Igreja de Roma = Joaquim Germano da Costa Machado, solteiro, filho legítimo de José da Costa Machado, e de Paula Joana já defunta, natural ele contraente e baptizado na freguesia de S. Cristovão desta cidade de Lisboa; com Dona Inácia Violante Roberta da Silva solteira filha legítima de Brás da Silva Ribeiro já defunto, e de Dona Cecília Maria Teresa Espinhola, natural ela contraente e baptizada na freguesia de Nossa Senhora dos Mártires desta mesma cidade, e ambos os contraentes são moradores na freguesia de São Cristovão; e para haverem de contrair o dito matrimónio nesta dita paroquial igreja de Nossa Senhora da Pena, me apresentaram uma provisão do Eminentíssimo e Reverendíssimo Sr. Cardeal Patriarca assinada pelo pelo Excelentíssimo e Reverendíssimo Sr. Arcebispo de Lacedemonia e vigário geral deste patriarcado em virtude da qual reassisti ao matrimónio. Assistiram por testemunhas o Reverendo Tomé Taborda presbítero secular, morador na Rua das Atafonas, freguesia de Nossa Senhora do Socorro, e António Vicente Angeles morador nesta freguesia de Nossa Senhora da Pena na Travessa da Igreja, com outras mais pessoas, que presentes estavam, de que tudo fiz este assento, que assinei com as sobreditas testemunhas em o mesmo dia e era ut supra.”
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(3) Certidão de baptizado de Joaquim Germano

Livro 3 de baptizados da freguesia de S. Cristovão, página 63:

“ aos 13 dias do mês de Junho de 1745 anos nesta paroquial igreja de S. Cristovão desta cidade de Lisboa baptizei solenemente subconditione e pus os santos óleos a Joaquim que nasceu em 28 de Maio, filho legítimo de José da Costa Machado natural e baptizado na freguesia de Santa Maria Madalena desta cidade e de sua mulher Paula Joana, baptizada na freguesia de São Vicente termo da vila do Cadaval Arcebispado de Lisboa recebidos na freguesia de São Mamede: foi padrinho Francisco Magalhães de Brito Escrivão da Provedoria do Crato e madrinha Antónia Maria da Conceição moradora na Rua dos Trovadores, freguesia de São Nicolau tocou por procuração seu marido Manuel Nunes Colares...”
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(4) Certidão de óbito de Paula Joana

Livro 2 de óbitos da freguesia de S. Cristovão, folha 66:

“7 de Julho de 1760

falecimento de Paula Joana, nascida e baptizada na freguesia de S. Vicente do lugar do Cercal, patriarcado de Lisboa.
Casada segunda vez com José da Costa Machado, natural e baptizado Madalena.
Moravam em S.Cristovão, Rua Direita do Trigueiros.
Não fez testamento
Sepultada no convento de S. Francisco da cidade.”
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(5) Certidão de óbito de Dona Ângela Domingas

Livro 7 de óbitos da freguesia de Santa Engrácia, folha 271:

“aos trinta e um dias de Janeiro de 1810 na casa do Exmo Marquês do Lavradio desta freguesia de Santa Engrácia faleceu com os sacramentos Dona Ângela Domingas Espinola, viúva de José da Costa Machado, e foi sepultada nesta ermida de Nossa Senhora do Paraíso, que serve de paróquia.”
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(6) Certidão de baptizado de D. Inácia Violante

Livro 1 de baptizados da freguesia dos Mártires, folha 77 verso:

“Por virtude de uma sentença de justificação no Juízo Eclesiástico deste Patriarcado de que foi escrivão Luís António do Couto e ordem do Senhor Desembargador José Mendes da Costa Ministro da Curia Patriarcal que de presente serve de Provisor e vigário geral neste patriarcado por impedimento do Exmo Sr. Arcebispo de Lacedemonia lancei o acento seguinte. Nesta paroquial igreja de Nossa Senhora dos Mártires de Lisboa foi baptizada Dona Inácia Violante da Silva filha legítima de Brás da Silva Ribeiro baptizado na freguesia de S. José de Ponta Delgada da Ilha de São Miguel e de Dona Cecília Maria Teresa baptizada na igreja de Nossa Senhora do Loreto desta cidade; foram padrinhos o Desembargador Gregório Pereira Fidalgo da Silveira e Dona Antónia Eufrásia Coutinho, por seu procurador seu irmão Joaquim José Fidalgo da Silveira”

trinta de Abril 1758
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(7) Certidão de baptizado de Brás da Silva Ribeiro

Livro 7 de baptismos da freguesia de S. José de Ponta Delgada, folha 114 verso
Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada

“Brás, filho de Brás da Silva, Sargento, e de sua mulher Maria Tavares, moradores nesta freguesia , nasceu em os trinta e um de Janeiro do ano de mil e setecentos e dezasseis anos e foi baptizado nesta igreja de São José paróquia de seus pais , por mim Padre António de Paiva, cura desta igreja, em os nove dias do mês de Fevereiro do dito ano, e foram padrinhos Simão de Miranda, mercador homem casado da freguesia de São Sebastião e Martinha de Cristo, no Convento de Santa Bárbara, por procuração que apresento (sic) António de Medeiros, filho de Francisco Dorta, da freguesia de São Pedro. E para constar fiz este termo que assinei com testemunhas, o Padre António da Cenra e o sineiro André da Silva. Era ut supra. O Cura António de Paiva. O Padre André da Senrra. André da Silva.”
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(8) Certidão de baptismo de Manoel da Silva Ribeiro

Livro 7 de baptismos da freguesia de S. José de Ponta Delgada, folha 180 verso
Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada

“Manoel, filho de Brás da Silva, Sargento pago, e de sua mulher Maria Tavares, moradores nesta freguesia, nasceu em os dez dias do mês de Outubro do ano de 1718 anos e foi baptizado nesta igreja de São José paróquia de seus pais por mim Padre António de Paiva, cura desta igreja, em os vinte dias do dito mês, foi padrinho o Capitão Francisco Afonso de Chaves, mancebo solteiro, da freguesia de São Pedro, e para constar fiz este termo que assinei com testemunhas, o ajudante Francisco Pereira e o sineiro André da Silva. Era ut supra. O Cura António de Paiva. André da Silva.”
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(9) Casamento de Brás da Silva com Maria da Assumpção

Livro 4 de casamentos da freguesia de S. Sebastião da Matriz de Ponta Delgada, folha 211
Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada

“Brás da Silva. Maria d´Assumpção. Em os dezanove dias do mês de Março de 1707 anos de tarde nesta igreja paroquial de São Sebastião Matriz desta cidade precedendo as denunciações na forma do Sagrado Concílio Tridentino e constanto por mandado do muito Reverendo Ouvidor do Eclesiástico o Doutor João Velho de Faria Machado não terem canónico impedimento em minha presença e de duas solenes testemunhas que foram o Capitão Maior da Vila da Alagoa Francisco Machado de Faria e Maia e o Capitão Gaspar de Medeiros de Sousa, e outro muito povo se casaram por palavras de presente in facie ecclesie Brás da Silva, Sargento do número do prezídio desta cidade baptizado nesta igreja paroquial, filho de pai não sabido, e de Luzia de Medeiros moradora na freguesia de São Pedro desta cidade, e Maria da Assumpção filha de pai não sabido e de Maria Moniz baptizada na igreja paroquial de Nossa Senhora da Estrela Matriz da Vila da Ribeira Grande, todos moradores e fregueses desta freguesia; e não receberam as benções por ser tempo de quaresma; e para constar fiz este termo, que as testemunhas comigo assinaram. Cura Manoel Ferreira. Francisco Machado de Faria e Maia. Gaspar de Medeiros de Sousa. Receberam estes contraentes as benções segundo os ritos da Santa Madre Igreja em 10 de Maio de 1707. Cura Manoel Ferreira.”
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(10) Habilitação de Brás da Silva Ribeiro, Letra B, Maço1, nº 21, Ordem de Cristo

“Passei certidão em 14.Outubro.1744
Consulta em 23.Julho.1744

Diz Brás da Silva Ribeiro assistente nesta cidade de Lisboa natural e baptizado na freguesia de S. José da cidade de Ponta Delgada da Ilha de S. Miguel, que pela portaria junta lhe fez V. Magestade a mercê do hábito de Cristo, e para o poder receber necessita de habilitar-se, o que não pode fazer sem que V. Magestade seja servido mandar fazer o depósito ao suplicante para lhe retirarem as suas inquirições na forma do estilo.

Lisboa
A Pedro Florêncio Barrozo de Almeida com Francisco José Alz. Da Fonseca e mais a Nicolau Pereira de Sousa ou Manuel Rapozo da Câmara com dr. António Curvelo Delgado (...) ou pessoa eclesiástica.

O suplicante é filho legítimo de Brás da Silva baptizado na freguesia de S. Pedro da cidade de Ponta Delgada da dita Ilha e de Maria Tavares do lugar das Calhetas e baptizada na freguesia de Nossa Senhora da Estrela da vila da Ribeira Grande da dita ilha.
Neto pela parte paterna do padre Manoel da Silva, natural e baptizado na freguesia de S. Julião desta cidade de Lisboa e de Luzia de Medeiros baptizada na freguesia de S. Pedro da mesma cidade de Ponta Delgada da dita ilha.
Neto pela parte materna do Capitão Duarte Tavares Correia natural da Ribeira Grande ou do lugar do Norte da mesma ilha e de Maria do Rosário do lugar das Calhetas e baptizada na freguesia de Nossa Senhora da Boa Viagem da dita ilha.

...não haver no suplicante impedimento que o faça desmerecedor da graça da dispensa de que necessita em razão de constar da nobreza dele, seu pai e mãe, e avós paterno e materno e resultam sómente o impedimento nas duas avós e V. Magestade em casos semelhantes estar usando frequentemente da sua real grandeza a qual implora também motivado da consideração da má opinião em que ficará avaliado entre as pessoas que o conhecem e sabem do seu requerimento.

Das provanças que se fizeram a Brás da Silva Ribeiro para receber o hábito da Ordem de Cristo, lhe resultaram os impedimentos que constam da (...) inclusa:
Recorreu a V. Magestade com uma petição dizendo que os respeitos porque fora feita a mercê eram dignos da real atenção e constavam da cópia da portaria junta e ser o dote com que o suplicante efectuara o casamento na esperança de se verificar neste a dita mercê por ser feita directamente com a declaração da mesma portaria e se reportar como própria e não haver no suplicante impedimento que o fizesse desmerecedor da graça da dispensa de que necessitava em razão de constar da nobreza dele, seu pai, mãe, e avós paterno e materno e lhe resultar sómente o impedimento nas duas avós...

...porém que as avós paterna e materna foram mulheres de segunda condição e concubinas dos 2 avós e não constou da naturalidade da naturalidade do avô paterno, mas no lugar em que viveu foi conhecido e reputado por nobre e limpo e por este impedimento se julgou não estar capaz de entrar na ordem...
Cópia

Por resolução de S. Magestade de 10 de Abril de 1737 em...

El Rey N. S. tendo resp. a lhe representar José Jacob Biot filho de Guilherme Biot natural desta cidade ter sentado praça de soldado voluntário para se ir oferecer ao Estado da Indía para onde com efeito embarcou na monção do ano de 1737 em consideração do que: e constar por certidão da matrícula geral do dito Estado ficar servindo nele: há por bem fazer-lhe mercê de vinte mil reiz de tença e(...) os quais serão para sua irmã Cecília Maria Teresa de que largará doze à pessoa com quem casar para obter a (...) do hábito da ordem de Cristo que lhe mandará lançar por haver (...) aprovada a renúncia que nela faz o dito seu irmão.
Lisboa 23 de Maio de 1739

El Rei N. S. há por bem mandar lançar o hábito da Ordem de Cristo a Brás da Silva Ribeiro para o ter (...) doze mil reis de tença (...) estar a legítimamente casado (...) com Cecília Maria Teresa a quem foi feita a mercê
Auto que mandou fazer o cavaleiro comissário Frei Nicolau Pereira de Sousa para nesta ilha de Sam Miguel tirar as aprovanças da limpeza e qualidade de Brás da Silva Ribeiro.
Escrivão Frei António Curvello Delgado
1.Fev.1744

Brás da Silva Ribeiro n. Cidade de Ponta Delgada, Ilha de S. Miguel, freg. S. José
Brás da Silva, n. S. Pedro
Maria Tavares, N. Sra Estrela, lugar das Calhetas da Ribeira Grande
Manuel da Silva
Luísa de Medeiros
Duarte Tavares, Ribeira Grande
Maria do Rosário, N. Sra Boa Viagem, lugar das Calhetas





10 de Fevereiro de 1744, freguesia de S. Pedro, Ponta Delgada, S. Miguel

Sumário de Testemunhas

1) Reverendo Padre ANDRÉ DE BETENCOURT E SÁ, morador em Ponta Delgada na freguesia de S. Pedro, 67 anos:
- não conheceu o justificante pois deve ter embarcado da ilha, pequeno. Conheceu o pai e a mãe moradores em Ponta Delgada, freguesia da matriz de S. Sebastião.
- Não é parente
- Não é amigo, nem inimigo, nem criado.
- O justificante é mecânico por seus pais o serem.
- O pai do justificante era estimado de todos nesta cidade.
- Era filho de pai e mãe de menor condição e as avós assim paterna como materna da mesma qualidade; e que avó paterna era natural desta freguesia de S. Pedro desta cidade; e avó materna ouvira dizer era da vila da Ribeira Grande; e avós assim paternos como maternos eram graves, o materno Duarte Tavares pela sua qualidade e o paterno o Padre Manoel da Silva pelo seu estado de sacerdote que os conheceu ambos nesta cidade e na freguesia de São Sebastião.
- O justificante não pode ter menos de 20 anos nem chegar a 40.

2) MANOEL DE SOUSA DE VIVEIROS, homem bom, lavrador, morador na freguesia de S. Pedro desta cidade de Ponta Delgada, Ilha de S. Miguel, 65 anos.
- conheceu o justificante o qual embarcou daqui para fora e era filho de Brás da Silva sargento do presídio desta cidade e de Maria Tavares de quem o justificante era filho legítimo de legítimo matrimónio; mas que não sabe donde eram naturais porque conheceu os pais do justificante moradores em várias ruas desta cidade e a maior parte do tempo na freguesia de São Sebastião desta.
- Não é parente.
- O justificante foi para Lisboa quando rapaz e com ele não teve amizade, nem inimizade.
- Era mecânico por ser filho de pais de menor condição e que o avô da parte materna Duarte Tavares era homem e dos primeiros desta ilha e o avô paterno, o padre Manoel da Silva se fez nobre no estado que tomou de clérigo e a avó paterna Luzia de Medeiros por alcunha a Bizalheira era de gente vil e baixa de quem diziam ser filho o dito Brás da Silva , pai do justificante e a avó materna não conheceu (...) e os sobreditos avós conheceu e tratou na freguesia de S. Sebastião.
- Os avós são graves: o Padre Manoel da Silva pelo estado de sacerdote e Duarte Tavares pela sua nobreza e qualidade dos principais desta ilha.
- Quando o justificante saiu da ilha não era casado, tinha 18 a 35 anos.

3) TOMÁS DIAS, oficial de oleiro, morador nesta freguesia de S. Pedro, 64 anos.
- Brás da Silva, sargento do presídio desta cidade. Sempre o conheceu e tratou, bem como à mulher, na freguesia de S. Sebastião.
- Não é parente, nem amigo, nem inimigo, nem seu criado.
- O justificante é mecânico por seus pais o serem.
- Pai e mãe de mesma condição, bem como avós paterna e materna.
- Avós eram graves: o materno pela sua qualidade e nobreza e o paterno pelo estado de sacerdote. Conheceu ambos na freguesia de S. Sebastião, matriz desta.
- 18 a 40 anos.

4) MATIAS DE SOUSA, oficial de oleiro, morador nesta cidade de Ponta Delgada na freguesia de S. Pedro, 70 anos.
- conheceu o justificante.
- Seus pais eram naturais da freguesia de S. Sebastião onde viveram em várias casas de aluguer por não terem casas suas.
- Avô paterno: Padre Manoel da Silva, natural desta cidade morador junto aos padres da Companhia de Jesus.
- Não é parente.
- Pai e Mãe do justificante como também as avós paterna e materna eram mecânicas, e os avós paterno e materno eram graves, o materno pelo ser e todos os seus descendentes e o paterno por ser clérigo o que sabe pelos conhecer e tratar.
- 20 a 40 anos.

5) MANOEL DE SOUSA SOARES, 64 anos, morador nesta.
- Sabe pelo conhecer e tratar no tempo que era cabo de esquadra do presídio tinha comunicação com o sargento Brás da Silva o qual casou com Maria Tavares de quem teve filhos legítimos os quais pelo nome do justificante não está visto nele e também conheceu o Padre Manoel da Silva pai do dito Brás da Silva que o tem em sua casa e nela o criou e manteve por seu filho os quais conheceu sempre na freguesia de S. Sebastião desta cidade; e também conheceu a mãe como também a avó materna Maria do Rosário e sabe certamente ser natural do lugar das Calhetas freguesia de N. Sra da Boa Viagem a quem chamavam Maria Moniz e ouviu dizer publicamente que ela tivera a mãe do justificante de Duarte Tavares o que não sabe senão pela publicidade de ouvir; e também ouviu dizer que o dito Duarte Tavares era natural da vila da Ribeira Grande freguesia de N. Sra da Estrela mas que nunca o conheceu senão nesta de Ponta Delgada e o ...
- Não é parente.

6) MANOEL DE CRASTO, morador nesta freguesia de S. Pedro e Partidor do Conselho desta cidade de Ponta Delgada, 68 anos.
- Conheceu rapazinho o justificante Brás da Silva Ribeiro filho do sargento Brás da Silva e de Maria Tavares como também conheceu o Padre Manoel da Silva e Luzia de Medeiros de quem diziam ser filho o dito sargento Brás da Silva; e também conheceu Duarte Tavares e Maria do Rosário de quem se dizia ser filha Maria Tavares mãe do justificante; os quais em todo o seu tempo conheceu nesta cidade e não sabe certamente de que freguesia eram naturais...
- Não é parente.
- Era amigo do justificante como o é de todas as criaturas.
- Avô Padre Manoel da Silva: presbítero do hábito de S. Pedro.
- Avô materno Duarte Tavares era das melhores e mais graves famílias desta ilha.
TERMO DE ASSENTADA
Aos 22 de Fevereiro de 1744, freguesia de N. Sra da Estrela da vila da Ribeira Grande, ilha de S. Miguel

1 ) o Capitão-Mor desta vila da Ribeira Grande MANOEL DE SOUSA CORREIA de 64 anos.
- Não conhecia o justificante nem seus pais e avós e sómente ouviu dizer que Duarte Tavares, avô do justificante era natural desta vila e era dos principais.

2) JOÃO RODRIGUES BICO, natural e morador nesta vila, homem mercador, 77 anos.
- conheceu muito bem a Duarte Tavares que morava na praça desta vila e daqui fora morar para a cidade e que era homem da governança e que não sabe se teve filha alguma e só sabe que era nobre e limpo...

3) JOÃO RODRIGUES SANTOS, natural do lugar de Rabo de Peixe e morador nesta vila da Ribeira Grande há mais de cinquenta anos e nela taberneiro, 76 anos.
- muito bem conheceu a Duarte Tavares nesta vila da Ribeira Grande na praça velha mas que cá não tivera filho , nem filha e que daqui fora morar para a cidade e que era das primeiras famílias desta ilha tido e havido por cristão velho.

4) JOÃO PACHECO CARRASCO, natural e morador nesta vila da Ribeira Grande, 80 anos.
- conheceu bem a Duarte Tavares e o tratara enquanto fora morador nesta vila e depois de ser capitão fora morar para a cidade de onde não teve mais comunicação sua e não sabe se teve filho ou filha algum; mas que sabe que era das principais famílias desta ilha limpo de toda a raça...
TERMO DE ASSENTADA
3 de Março de 1744, Ponta Delgada, Ilha de S. Miguel, freguesia de S. Sebastião

1) JOSÉ CORDEIRO, morador nesta, carreteiro, 79 anos.
- Conheceu-o aqui rapazinho e também conhecera os pais e avós Brás da Silva e sua mulher Maria Tavares, Padre Manoel da Silva e Luzia de Medeiros, todos moradores e naturais desta. Só Duarte Tavares era natural da vila da Ribeira Grande e viera sendo mancebo morar nesta e que lavrando terra sua no lugar das Calhetas alcançara a Maria do Rosário e a trouxera consigo para esta cidade de quem teve Maria Tavares, mãe do justificante a qual se criou em casa de seu parente o capitão intertenido João Borges de Bitancourt donde casou com o sobredito Brás da Silva pai do justificante; e que a avó materna Maria do Rosário suposto veio em moça do lugar das Calhetas para esta cidade não era natural do dito lugar mas sim do Norte mas que se não lembra de onde diziam era. E também conheceu o Padre Manoel da Silva, avô do justificante, natural desta mesma freguesia de S. Sebastião. E também conheceu a Luzia de Medeiros (...) e que tudo sabe pelos conhecer e tratar.
- Não é parente.
- Fora amigo dos pais e avós.
- O capitão Duarte Tavares era nobilíssimo e o Padre também era nobre pois era clérigo.

2) JERÓNIMO DE SOUSA, homem bom e mestre de latim, 79 anos.
- Conheceu o justificante rapazinho, muitas vezes ia a sua casa e que de pouca idade fora para Lisboa; e também conheceu o pai, Brás da Silva, natural desta de S. Sebastião, filho do Padre Manoel da Silva natural da mesma...
- Não é parente.
- Não é amigo.
- Os avós e os pais eram da mesma condição. Os avós eram nobres: o paterno por ser clérigo e o materno por sua qualidade.
1744.Janeiro.7, freguesia de S. Julião, Lisboa
habilitação feita em Lisboa, do Padre Manoel da Silva e do justificante

1) PADRE FREI FRANCISCO DAS CHAGAS, comissário e procurador geral da custódia das ilhas de S. Miguel e Sta Maria, natural da S. Miguel, morador no hospício da dita custódia junto à igreja das Chagas, freguesia de N. Sra da Encarnação, 40 anos.
- O justificante viera para esta corte há 12 anos, e que tem mais ou menos 30 anos.
- O justificante até aquele tempo sempre vivera limpamente sem mais ofício que o da aplicação das letras.

2) ANTÓNIO FRANCISCO DO REGO BOTELHO E FARIA, ajudante de infantaria na ilha de S. Miguel e dela natural e assistente nesta corte na freguesia dos Mártires, 41 anos.
- Disse ser parente do justificante em 5º grau.
- Conhecera e conhece presentemente o justificante, era casado, 30 anos de idade.
- Sempre o conhecera limpamente tratado na companhia de seu pai que ocupava o posto de sargento; e que de pouca idade se ausentara para esta corte e onde ele testemunha o conheceu na ocupação de criado grave do desembargador Gregório Pereira Fidalgo.

4.Março.1744
3) JOSÉ CAETANO CORRÊA, COC, tenente de infantaria na ilha de S. Miguel e dela natural, assiste na Rua dos Poiais de S. Bento, freguesia de Santa Catarina, 40 anos.
- Bem conhece o justificante ser filho legítimo de Brás da Silva sargento que foi na infantaria do dito presídio.
- O justificante viera de tenra idade para esta corte onde assiste em ocupação de criado grave do desembargador Gregório Pereira Fidalgo.

4) FREI JOÃO DA ASSUMÇÃO, religioso franciscano, natural da ilha de S. Miguel e morador nesta cidade na Rua Direita dos Poiais de S. Bento, freguesia de Santa Catarina, 33 anos.
- O justificante viera, depois da morte de seu pai e de tenra idade para esta corte e nela assiste com a ocupação de criado grave do desembargador Gregório Pereira Fidalgo.

5) PADRE FRANCISCO REBELO MACHADO, presbítero do hábito de S.Pedro, natural da ilha de S. Miguel e morador nesta cidade na Rua dos Poiais de S. Bento, 37 anos.
- Conheceu muito bem o pai do justificante, Brás da Silva Ribeiro, sargento que foi de uma das companhias das do presídio da dita ilha e que sabe ser o justificante filho legítimo de quem nomeia e baptizado na freguesia de S. José da cidade de Ponta Delgada por o ouvir dizer por o ouvir dizer a uma criada de casa de ele testemunha, que não tinha parentesco com ele justificante.

6) PEDRO BORGES DE BITANCUR, juiz de fora que foi da vila de Niza, natural da ilha de S. Miguel e morador nesta cidade na Rua da Cordoaria Velha, freguesia dos Mártires, 30 anos.
- ele conhece muito bem o justificante ser filho legítimo de Brás da Silva Ribeiro sargento que foi de uma das companhias das do presídio do castelo na ilha de S. Miguel (...) e que seu pai sempre se tratara limpa e asseadamente e na sua companhia seu filho que ele testemunha conheceu nesta corte na ocupação de criado grave do desembargador Gregório Pereira Fidalgo.

9.Março.1744
7) JOSÉ DA COSTA LOPES, marinheiro, natural da ilha de S. Miguel e morador nesta cidade na freguesia de Santos - o – Velho, na Rua do Cipreste em casa de António Roiz Rebelo, sapateiro.
- conhece muito bem o justificante, sabe que é casado, 25 anos.
- Viera depois da morte de seu pai para esta corte e assistira em casa de Luís Godinho, COC, homem grave de tratamento em carruagem e que vive de suas rendas, se como seu criado ignora ele testemunha; mas sabe que ele não teve mais ocupação que a que agora tem de criado grave do desembargador Gregório Pereira Fidalgo.

8) LUZIA INÁCIA, mulher de António Rodrigues Rebelo, assistente nesta corte na Rua do Cipreste, freguesia de Santos Novos, natural da ilha de S. Miguel, 36 anos.
- Casado e 25 anos.
- Quando estava na ilha não tivera mais ocupação que a aplicação dos livros e que depois da morte de seu pai viera para esta corte e ouvira dizer que ao princípio fora a sua assistência em casa de Luís Godinho atrás referido mas não sabe se foi ou não seu criado e que não o conhecera em outra ocupação mais que na de criado grave de Gregório Pereira Fidalgo.

14.Março.1744
9) ANTÓNIO MIGUEL VELOZO ARAÚJO, pessoa limpa que vive de suas rendas, natural da ilha de S. Miguel e morador nesta cidade em a Rua Direita da Boa Vista, freguesia de S. Paulo, 30 anos.
- Casado, 18 a 50 anos.
- Ele se criara sempre na companhia de seu pai com o exercício de estudante e que depois da morte de seu pai viera para esta corte para a companhia de um seu parente religioso franciscano que assistia em o Hospício do Conde da Ribeira e onde esteve uns poucos de meses e dali sem ter tido outra ocupação fora para casa do desembargador Gregório Pereira Fidalgo onde assiste com ocupação de seu criado grave.
Neste dia acima declarado na assentada não podemos achar mais testemunhas que dispusessem da qualidade do justificante e seu exercício nesta corte antes de ir para casa do desembargador Gregório Pereira Fidalgo.
15.Março.1744
10) JERÓNIMO SOARES BARRIGA, letrado, natural da ilha de S. Miguel e morador nesta cidade ao Rossio, freguesia de Santa Justa, digo, de S. Nicolau, 37 anos.
- 25 anos.
- Ele, na ilha, sempre se tratara limpamente na criação escolástica e que depois da morte de seu pai viera para esta corte para a companhia de um seu parente religioso franciscano assistente em o Hospício do Conde da Ribeira e que ali assistira alguns meses e depois fora para casa do desembargador Gregório Pereira Fidalgo onde está com a ocupação de criado grave.

18.Março.1744
11) PADRE MESTRE FREI HENRIQUE FREIRE DA NATIVIDADE, religioso carmelita, natural desta cidade e nela assistente em o seu convento, e nele vice comissário dos Terceiros da mesma ordem, 37 anos.
- Depois da morte de seu pai fora na companhia de um religioso graciano para a ilha do Faial onde ele testemunha o conheceu algum tempo assistindo em casa de Diogo de Labat, de nação francesa, homem muito grave, casado com uma senhora principalíssima daquela terra porém não sabe se fora seu criado. E passado este tempo viera para Lisboa para o Hospício do Conde da Ribeira onde esteve na companhia de um seu parente religioso franciscano algum tempo e dali fora para casa do desembargador Gregório Pereira Fidalgo e nele assiste em a ocupação de criado grave.

12) JORGE LUCAS DE MELO, natural da ilha Terceira, pessoa limpa, que assiste nesta corte na Rua Larga do Alecrim, freguesia da Encarnação, 36 anos.
- 25 anos.
- Depois da morte de seu pai fora para a ilha do Faial em companhia de um religioso graciano e ali assistiu em casa de Diogo de Labat, homem grave, casado com uma senhora principal, de quem fora o justificante escudeiro e que passados tempos viera para esta corte para o Hospício do Conde da Ribeira e na companhia de um seu parente religioso franciscano e depois para casa do desembargador Gregório Pereira Fidalgo onde tem estado sempre com a ocupação de criado grave.
Neste dia acima declarado fizemos toda a diligência por acharmos a Luís Godinho, testemunha referida, e não foi possível ele depôr por se achar gravemente enfermo.
2.Abril.1744
13) LUÍS GODINHO CAMELO, natural da ilha de S. Miguel, assistente nesta corte na Rua da Cruz aos Poiais de S. Bento, freguesia de Santa Catarina, homem nobre, 60 anos.
- Não conhecia o justificante nem se lembrava de que algum dia estivesse em sua casa como tinham deposto as testemunhas, mas que sim conheceu seu pai ser sargento e que ouviu dizer...
- Não assina por estar gravemente enfermo.
De 9 de Abril de 1744 até 12 de Abril de 1744 procuram testemunhas na freguesia de S. Julião que conhecessem o Padre Manoel da Silva, mas não encontraram.
Consta que o justificante é natural da freguesia de S. José da cidade de Ponta Delgada, ilha de S. Miguel, é casado, tem 26 anos e que vindo da sua pátria haveu 12 anos entrara a servir de escada acima o desembargador Gregório Pereira Fidalgo da Silveira em cuja ocupação continua actualmente e na sua pátria estudava e não teve ocupação mecânica.
O Padre Manoel da Silva ninguém conhece.
Consta das partes pessoais do justificante todas as naturalidades excepto a de seu avô paterno que sendo natural desta corte da freguesia de S. Julião não houve notícia alguma (...) mas foi conhecido na ilha por nobre e limpo pelo que mandam junto certidão de baptismo do dito avô em falta dela junto a sentença de génere do dito avô por onde foi habilitado para ordens, consta da limpeza do sangue de todos e da qualidade do justificante e seus pais e dois avós paterno e materno; e consta também que as duas avós paterna e materna foram mulheres de segunda condição e concubinas dos dois avós.
Mesa, 25 de Junho de 1744

Ainda o justificante não juntou a sentença de genere do seu avô paterno por dizer que o dito avô foi habilitado para clérigo na ilha onde viveu e morreu como também consta das inquirições.
23 de Julho de 1744

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