JOÃO PAULINO MONTANHA
General de Brigada (1841-1911)
Nasceu em 11 de Maio de 1841, na freguesia de Santa Isabel em Lisboa (1) e faleceu em 19 de Janeiro de 1911, na freguesia de S. Pedro em Alcântara, de Lisboa (2).
Era filho do Major João Baptista Montanha, Cavaleiro da Ordem de São Bento de Aviz (3), e de sua mulher D. Maria Rosa Zeferina de Miranda.
Casou, em 26 de Março de 1863, com D. Guilhermina de Noronha, filha do Major Dom Joaquim Cristovão de Noronha e de sua mulher D. Genoveva Leonilde da Costa Campos, 4ª neta dos 4ºs Condes dos Arcos e irmã do primeiro Conde de Mahém.
Teve 6 filhos:
1-D. Maria Guilhermina de Noronha Montanha,
2-João José da Conceição de Noronha Montanha,
3-Joaquim Cristovão Montanha,
4-Carlos Augusto de Noronha Montanha,
5-D. Maria Carolina Montanha e
6-D. Maria da Conceição de Noronha Montanha (4).
Em 15 de Agosto de 1855, com 14 anos de idade, assenta praça como voluntário em Caçadores nº2.
Em 10 de Outubro de 1860 é promovido a Alferes para a província de Moçambique.
Em 12 de Março de 1861 é transferido para o Exército da Índia e elogiado no boletim do governo geral por se ter oferecido sem clausula para a expedição auxiliar a Timor.
Em 1862 é elogiado no boletim do governo geral pela decidida vontade, zelo e actividade com que trabalhou no dia 15 de Setembro no naufrágio do brigue Champion e distinguiu-se em salvar a guarnição do escaler da alfândega que havia sossobrado.
Em 1 de Julho de 1865 é nomeado ajudante da Guarda Municipal de Nova Goa até 28 de Abril.
Em 1 de Maio de 1866 presta serviço na província de Cabo Verde.
Em 7 de Fevereiro de 1867 é empregado na secretaria do Ministério da Marinha e Ultramar, e em 9 de Novembro do mesmo ano é agraciado com o grau de Cavaleiro da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Em 28 de Abril de 1868 é Ajudante da Guarda Municipal de Nova Goa.
Em 18 de Agosto de 1869 é promovido a Alferes do Exército de Portugal e em 11 de Março do mesmo ano é nomeado Ajudante de Campo do Governador Geral da Índia, na altura o dr. José Ferreira Pestana.
Em 2 de Abril de 1870 é promovido a Tenente do Exército de Portugal e em 2 de Maio do mesmo ano é Ajudante de Campo do novo Governador Geral da Índia, o Conde de São Januário, Januário Correia de Almeida.
Em 5 de Novembro de 1871 é nomeado Ajudante da Guarda Municipal de Nova Goa até 5 de Janeiro de 1872.
Em 27 de Abril de 1872 faz serviço no Batalhão Expedicionário à Índia e em 1873 passa ao Corpo de Polícia.
Em 26 de Julho de 1875 é Adido ao Batalhão Expedicionário à Índia.
Em 3 de Fevereiro de 1876 é promovido a Capitão para o Regimento de Infantaria do Ultramar e em 16 de Abril de 1879 regressa ao Reino a bordo do Transporte de Guerra Índia.
Em 27 de Janeiro de 1880 volta à situação de Tenente de Infantaria do exército por ter desistido de continuar a pertencer ao Regº de Infantaria Do Ultramar.
Em 11 de Agosto de 1881 é promovido a Capitão para o Regº de Infantaria 13 e em 3 de Novembro do mesmo ano é agraciado com o grau de Cavaleiro da Ordem Militar de São Bento de Aviz.
Em 13 de Fevereiro de 1886 é promovido a Major para o Regº de Infantaria do Ultramar.
Sendo Major do Regimento de Infantaria 15 pede a S.Mag. a graça de permitir que o Exmo Sr. Conde de S.Januário, coronel do corpo do Estado-Maior lhe ateste qual a maneira como se houve por ocasião dos acontecimentos pela revolta de 4 corpos do extinto exército da Índia em Setembro de 1871.
Em 30 de Novembro de 1891 é agraciado com a Medalha Militar de Prata de Serviços no Ultramar, algarismo 2.
Em 14 de Dezembro de 1894 é promovido a Tenente-Coronel para o Estado-Maior de Infantaria e em 1895 é colocado no Regº de Caçadores da Rainha e nomeado Comandante do Distrito e Recrutamento e Reserva.
Ainda em 1895 é agraciado com o grau de Oficial da Real Ordem Militar de São Bento de Aviz e louvado pelo aturado trabalho e inexcedível zelo empregado em regularizar a escrituração das companhias do 2º Batalhão do Regº nº2 dos Caçadores da Rainha, regressado de Lourenço Marques.
É também no ano de 1895 que sendo Tenente-Coronel do Regº nº2 de Caçadores da Rainha, tendo servido em comissão como Alferes, Tenente e Capitão quase 16 anos no Estado da Índia onde prestou serviços relevantes, é agraciado com a Antiga e Mui Nobre Ordem de Torre e Espada do Valor, Lealdade e Mérito.
Em 1896 é louvado pelo cuidado e regularidade com que fez executar todas as operações respeitantes, não só ao movimento e situação dos reservistas, como ao do recrutamento do ano de 1896.
Em 19 de Novembro de 1897 é promovido a Coronel para o Regº de Infantaria nº 17 e em 25 de Maio do mesmo ano é agraciado com a Medalha Militar de Oiro da Classe de Comportamento Exemplar.
Em 4 de Agosto de 1899 assume o comando do Regº de Infantaria nº 17 em Beja.
Em 1901, sendo Coronel do Estado-Maior de Infantaria, é nomeado Governador do Forte de São Julião da Barra.
Em 8 de Outubro de 1903 é agraciado com o grau de Comendador da Real Ordem Militar de São Bento de Aviz.
Em 14 de Julho de 1907 comunica ao Ministério da Guerra que regressou do Estoril para Lisboa, sendo General de Brigada na reserva.
Em 26 de Agosto do mesmo ano é reformado como General de Brigada por ter completado 5 anos na situação de reserva.
Morre em 19 de Janeiro de 1911, com 70 anos, sendo General de Brigada reformado, dispensando as honras militares que pelo seu posto lhe pertenciam (5).
Fontes:
(1) ANTT, Paroquiais, Livro 19 B da freguesia de Santa Isabel, Lisboa, folha 220
(2) Registo nº 19 do ano de 1911, Conservatória do Registo Civil de Lisboa
(3) AHM, processos individuais, cx 1955 e cx 1010
(4) Forjaz, Jorge, Os Luso-descendentes da Índia Portuguesa, Volume II F-M, página 777, Fundação Oriente
(5) AHM, processos individuais, cx 1187
JOÃO PAULINO MONTANHA
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1. Certidão de baptizado de João Baptista Montanha (Pai)
Livro 15 B da freguesia de Santa Engrácia, Lisboa, folha 22:
“aos vinte três dias de Junho de mil oitocentos e dez o Reverendo Tesoureiro Manuel José Martins Gomes baptizou e pôs os Santos Óleos solenemente a João, nascido em vinte dois de Maio próximo passado, filho legítimo de José Alexandre Montanha e Dona Maria Liberata de Santa Rita, moradores na Travessa do Conde de Avintes desta freguesia de Santa Engrácia, onde foram recebidos. Foram Padrinhos: o Exmo Principal da Santa Igreja Patriarcal Estevão Telles da Silva por seu procurador o Reverendo António Inácio de Campos, e a Exma Marquesa de Lavradio D. Rita do Santíssimo Sacramento e Vasconcellos por seu procurador o Reverendo Manuel José Duarte
O Cura Bernardo Raimundo António Gomes”
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2. Certidão de baptizado de D. Maria Rosa Zeferina de Miranda (Mãe):
Livro 9 B da freguesia das Mercês, Lisboa, folha 96:
“aos 19 de Fevereiro de 1812 (...) o Reverendo Pedro António, baptizou a Maria, que nasceu (...) filha de Tomé Gualberto de Miranda e de D. Maria do Carmo recebidos na freguesia de S. Sebastião da Pedreira, moradores (...) do Carvalho. Padrinho Christião Ectocler e D. Maria Rosa Zeferina por procuração a António José de Miranda moradores na freguesia de S. Sebastião da Pedreira”
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3. Certidão de baptizado de João Paulino Montanha
Livro 19 B da freguesia de Santa Isabel, Lisboa, folha 220:
“em 12 de Setembro de 1841, de tarde, baptizei e pus os Santos Óleos a João, que nasceu a 11 de Maio do presente ano, filho legítimo de João Baptista Montanha, cabo do Batalhão nº 16, e baptizado em Santa Engrácia e de Maria Rosa Zeferino de Miranda, baptizada na freguesia das Mercês, recebidos em S. Vicente desta cidade, moradores no Largo da Páscoa nº 13, neto paterno de José Alexandre Montanha e Maria Liberata de Santa Rita, materno de Tomé Gualberto de Miranda e Maria do Carmo.
Padrinho: Paulino Gualberto de Miranda, solteiro, tio materno do baptizado, morador na Travessa de S. Nicolau nº30.
Madrinha: Margarida Senhorinha de Miranda, tia materna do baptizado.”
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4. Certidão de óbito de João Paulino Montanha
Registo nº 19 do ano de 1911, Conservatória do Registo Civil de Lisboa:
“em dezanove de Janeiro de mil nove centos e onze, às sete da tarde, na Rua de Alcântara seis, primeiro, desta freguesia de S. Pedro em Alcântara, de Lisboa, faleceu com os sacramentos um indivíduo do sexo masculino por nome João Paulino Montanha, idade sessenta e nove anos, casado em segundas núpcias com Dona Adelaide Augusta da Silva Montanha, general de brigada, natural da freguesia de Santa Isabel, desta capital, morador na casa referida, filho de João Baptista Montanha, major reformado, e de Dona Maria Rosa de Miranda Montanha, naturais de Lisboa, não fez testamento, deixou quatro filhos maiores do primeiro matrimónio e foi sepultado em jazigo no segundo cemitério de Lisboa...”
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