sábado, 8 de setembro de 2007

c) Habilitação para o Santo Ofício de Caetano Duarte Ferreira e Barbuda

Habilitação para o Santo Ofício de Caetano Duarte Ferreira e Barbuda

1748, Junho-Setembro
Arquivo Nacional da Torre do Tombo,
Habilitações para o Santo Ofício,
Caetano,
Maço 4,
n.º 55

Fl. 1 (sem número)
Caetano Duarte Ferreira e Barbuda, ourives do ouro, solteiro, filho de Manuel Ferreira, natural do sítio da Nazaré, freguesia da Pederneira, Coutos de Alcobaça.
Feita Carta em 23 de Setembro de 1748.

Fl. 1 (numerado)
Caetano Duarte Ferreira, ourives do ouro, irmão inteiro de José Duarte Ferreira, Familiar desta Inquisição, é “de boa vida e costumes, com capacidade para os negocios de importancia, e segredo vive limpa e abastadamente sabe ler e escrever”, solteiro, sem filhos. 18.6.1748

Fl. 2
Declara Caetano Duarte Ferreira e Barbuda ser ourives do ouro, natural e morador no sítio de Nossa Senhora da Nazaré, freguesia da Pederneira de Nossa Senhora das Areias, filho de Manuel Ferreira e de Maria Duarte, da mesma freguesia, e irmão inteiro de José Duarte Ferreira e barbuda, Familiar do Santo Ofício.

Fl. 6
Atestado do Comissário José de Almeida Brandão depois de inquirições na Pederneira; o irmão também era ourives. 9.6.1748

Fl. 12-22
Inquirições na Pederneira
2.8.1748 – Testemunhas:

- Padre António Dias Gregório, Clérigo e Sacerdote do hábito de S. Pedro, natural do lugar de Famalicão e morador nesta vila, de 65 anos; diz que o habilitando “vive limpa e abastadamente, e que vive dos intereces e lucros do oficio de ourives do ouro tendo nelle socieddade com seu Irmão”; “reputados pessoas ricas e abonadas”.

- Padre Silvério Marques de Almeida, Beneficiado na Colegiada de Nossa Senhora das Areias e nela morador, de c. 50 anos.

- Padre António Gomes de Duettes (?), Clérigo Sacerdote do hábito de S. Pedro, natural e morador nesta vila, de c. 71 anos.

- Padre João Luís da Rosa, Beneficiado na Colegiada de Nossa Senhora das Areias e natural desta vila, de c. 42 anos.

- Padre José Gomes Pais, Clérigo do hábito de S. Pedro, natural e morador nesta vila, de c. 42 anos.

Fl. 23
Baptismo do habilitando.
Caetano, recebeu os Santos Óleos a 7.6.1709 na Igreja de N.ª Sr.ª das Areias da Pederneira, pelo Padre António Dias dos Reis, de licença do Rev. Vigário João do Souto Velho; filho de Manuel Ferreira, ferrador, e de sua mulher Maria Duarte, todos do Sítio (Nazaré).
Padrinhos: Alferes Francisco Luís, do Sítio, e Luís Monteiro (?), de Pataias (?).

Fl. 24
Baptismo do irmão José
José, baptizado a 4.1.1704 na Igreja de N.ª Sr.ª das Areias da Pederneira, pelo Beneficiado José de Almeida, de licença do Rev. Vigário João do Souto Velho; filho de Manuel Ferreira e de sua mulher Maria Duarte, todos do Sítio (Nazaré).
Padrinhos: Capitão Luís dos Santos Coelho e “ad honorem” Francisco Luís de Carvalho, do mesmo Sítio.

Fl. 26v.º
Aprovação das diligências, 23.8.1748

Processo de habilitação de D. Violante Barbosa de Macedo, natural de Tomar, para casar com o Familiar Caetano Duarte Ferreira de Barbuda
Diligências aprovadas a 15.11.1752.

Fl. 1
Diz Caetano Duarte Ferreira de Barbuda, ourives do ouro, morador no sítio da Nazaré, que está contratado para casar com D. Violante Barbosa de Macedo e que precisa de licença do Tribunal do Santo Ofício.

Declara que D. Violante é natural de Tomar, freguesia de S. João, moradora no sítio da Nazaré, freg. da Pederneira, filha de José da Costa Montanha, já defunto, natural de Lisboa, freguesia de Santa Catarina do Monte Sinai, de sua mulher D. Violante Barbosa de Macedo, natural da freguesia de S. Lourenço de Maiorga, Coutos de Alcobaça.
Neta paterna de Diogo Ribeiro Carreira, natural da freguesia de Nossa Senhora da Apresentação de Oeiras, e de sua mulher Isabel Delgada, natural da freguesia de Nossa Senhora da Ajuda da vila de Peniche.
Neta materna de José de Macedo Serrão, Cavaleiro Professo na Ordem de Cristo, natural de Lisboa, freguesia de Santa Engrácia, e de sua mulher D. Luísa Josefa de Aguiar, natural da freguesia de S. Lourenço de Maiorga.

Fl. 6
Baptismo de Isabel Delgada – Peniche, freguesia Nossa Senhora da Ajuda
Isabel, filha de Pedro Gonçalves e de Catarina Franca, baptizada a 11.7.1610.
Padrinhos: Vicente Fernandes e Isabel Palhana.

Fl. 7-7v.º
Baptismo de José da Costa Montanha – Lisboa, freguesia de Santa Catarina do Monte Sinai
José e Santos, baptizados a 26.2.1672, filhos de Diogo Ribeiro, já defunto, e de Isabel Delgada, sua mulher.
Padrinho de ambos: Santos da Costa. Madrinha de Santos: Isabel Coelha. Madrinha de José: D. Inês de Sousa.

Fl. 8
Casamento de José de Macedo Serrão e D. Luísa Maria – Maiorga
26.4.1677, José de Macedo Serrão, natural de Lisboa, baptizado na freguesia de Santa Engrácia, filho de Manuel de Macedo e de D. Violante Barbosa, com D. Luísa Maria, natural desta vila, filha de Francisco do Souto e de Maria do Souto, de Salir do Mato.
Testemunhas: Bartolomeu Rodrigues, Jorge do Souto e Domingos Pereira.

Fl. 9
Baptismo de D. Violante Josefa de Macedo – Tomar, freguesia de S. João
Violante, baptizada a 11.4.1717, filha de José da Costa Montanha, natural de Lisboa, freguesia de Santa Catarina do Monte Sinai, e de sua mulher D. Violante Barbosa de Macedo, natural da Quinta da Granja, vila de Maiorga, Coutos de Alcobaça.
Padrinhos: António de Évora Heitor e D. Catarina de Brito Vilas-Boas.

Fl. 15-21
Inquirições em Tomar
26.11.1751 – Testemunhas:

- Capitão João Mendes Duarte, que vive de sua fazenda, morador em Tomar, de c. 71 anos. O pai foi Escrivão do geral e Escudeiro de Bartolomeu Pimentel Maldonado.

- Manuel Nunes Álvares, almocreve, de Chãos, morador em Tomar há 50 anos, de c. 70 anos.

- Frei Teotónio Lopes, Beneficiado da Igreja de S. João Baptista, natural e morador na vila, de c. 55 anos.

- Capitão Pedro Carvalho Nogueira, natural e morador nesta vila, de c. 68 anos.

- Pantalião de Sousa, mestre sangrador, natural e morador nesta vila, de c. 74 anos.

- Maria Josefa, mulher de Manuel Nunes Álvares, almocreve, natural da Sabacheira, moradora em Tomar há 45 anos, de c. 58 anos.

Fl. 21
Atestado das inquirições em Tomar, assinado pelo Comissário Ambrósio de Carvalho Silva.

Fl. 27-58
Inquirições em Maiorga
15.10.1751 – Testemunhas:

- Manuel Ferreira da Costa, Familiar do Santo Oficio e Alferes da Ordenança, natural e morador em Maiorga, de c. 73 anos.

- José Rodrigues Fadigas, lavrador, natural de Maiorga e morador no Casal de Valgrande termo desta vila, de c. 85 anos. O pai da habilitanda foi Escrivão ou Feitor das madeiras do Pinhal de El-Rei

- António Rodrigues Fadigas, lavrador, natural e morador em Maiorga, de c. 80 anos. Diz que o pai da habilitanda for a Escrivão das madeiras.

- José Rodrigues Leão, lavrador, natural e morador em Maiorga, de c. 53 anos.

- Manuel de Figueiredo, oficial de alfaiate, natural e morador em Maiorga, de c. 61 anos.

- Manuel Rodrigues Salvaterra, lavrador, natural e morador em Maiorga, de c. 65 anos.

10.11.1751 – Testemunhas:

- João Lobo, lavrador, natural e morador em Maiorga, de c. 62 anos.

- Luís Pereira de Figueiredo, mestre tanoeiro, natural e morador em Maiorga, de c. 64 anos.

- João da Silva, lavrador, natural e morador em Maiorga, de c. 60 anos.

- João do Souto, que vive de sua fazenda, natural e morador em Maiorga, de c. 60 anos.

- Antónia Pereira, a ginja, viúva de Tomé Álvares, natural e moradora em Maiorga, de c. 60 anos.

- Maria Francisca, maceira de alcunha, viúva, natural e moradora em Maiorga, de c. 70 anos.

Fl. 58
Atestado das inquirições em Maiorga, assinado pelo Comissário José de Almeida Brandão.

Fl. 59
Baptismo de D. Violante Barbosa de Macedo – Maiorga
Violante, baptizada a 3.11.1687, filha de José de Macedo e de sua mulher D. Luísa, da Quinta da Granja.
Padrinhos: Sebastião Leite e sua mulher Bárbara do Souto.

Fl. 60
Baptismo de D. Luísa Josefa de Aguiar – Maiorga
Luísa, baptizada a 7.11.1661, filha do Capitão Francisco do Souto e de sua mulher Maria do Souto.
Padrinhos: Cipriano Velho e Marta do Souto.

Fl. 61-87
Inquririções em Oeiras e Lisboa
20.11.1751 – Testemunhas:

- Miguel Pereira, Sargento da Fortaleza de S. Lourenço da Barra, casado com D. Inês Maria da Silveira, natural de Lisboa, freguesia de Santa Catarina do Monte Sinai, e morador em Oeiras, de 60 anos. Não conheceu ninguém; diz saber que as pessoas de apelido Ribeiro que houve na freguesia de Oeiras eram de limpo sangue.

- Manuel dos Reis, que vive de suas fazendas, casado com Maria de Jesus, natural e morador no lugar do Murganhal, freguesia de Nossa Senhora da Purificação de Oeiras, de 76 anos. Idem.

- Frutuoso da Costa, Artilheiro da Torre de S. Julião da Barra, casado com Teresa Maria, natural e morador na freguesia de Nossa Senhora da Purificação de Oeiras, de 70 anos.

- Manuel Francisco, “Contestavel” da Fortaleza de S. Julião da Barra, viúvo de Madalena Vicente, natural e morador na freguesia de Nossa Senhora da Purificação de Oeiras, de 70 anos.

- Capitão João Pereira da Cruz, da Fortaleza de S. Julião da Barra, viúvo de D. Maria Ribeiro, natural e morador na freguesia de Nossa Senhora da Purificação de Oeiras, de 59 anos.

- João Duarte, carpinteiro, viúvo de Florência da Silva, natural e morador na freguesia de Nossa Senhora da Purificação de Oeiras, de c. 70 anos.

- Manuel Antunes, o curto, mestre pedreiro, viúvo de Joana Maria, natural e morador na freguesia de Nossa Senhora da Purificação de Oeiras, de 73 anos.

- Julião Vicente, oficial de tanoeiro, casado com Luísa Clara, natural e morador na freguesia de Nossa Senhora da Purificação de Oeiras, de 56 anos.

- Manuel Martins, sapateiro, viúvo de Páscoa Duarte, natural da freguesia de S. Salvador de Baldres, Arcebispado de Braga, comarca de Pico de Regalados, e morador em Oeiras há mais de 49 anos, de 74 anos.

- Domingas da Silva, parteira, viúva de Manuel de Oliveira, trabalhador, natural de S. Pedro de Barcarena e moradora na freguesia de Nossa Senhora da Purificação de Oeiras há 82 anos, de 84 anos.

- Padre Frei José de Santa Helena, Religioso da Terceira Ordem de S. Francisco, Conventual no Convento de Nossa Senhora de Jesus e Companheiro do Comissário da mesma Ordem, natural de Lisboa, freguesia de Santa Catarina do Monte Sinai, de 65 anos. Conheceu o pai da habilitanda em rapaz na freguesia de Santa Catarina, morador na Rua de Pedro Dias, junto ao Convento de Jesus, “e depois foi para as Indias de Espanha onde esteve muytos annos, e veyo para esta cidade onde foy morador junto da Esperança e nesse tempo he que cazou com Dona Violante Barboza de Macedo”; ouviu dizer que José da Costa Montanha “criara de pequenina a ditta sua mulher”; depois de voltar das Indias de Espanha “se ocupava em escrever a hum Cavalheiro”; conheceu Isabel Delgado.

- Manuel do Couto Pestana, solteiro, que vive de suas fazendas, natural e morador na freguesia de Santa Catarina do Monte Sinai, na Rua das Parreiras, junto do Convento de Jesus, de 78 anos. O pai da habilitanda teve por alcunha “o sette cabeças”; foi para as Indias de Espanha “por feytor de contrato”, e depois de vir “casara para as bandas do Mocambo, e escrevia ao letrado Jozé Gomes da Cruz”.

- Félix Addauto, viúvo de Joana Baptista, mestre entalhador, natural de Lisboa, freguesia de S. Paulo e morador na de Santa Catarina na Rua do Vale junto ao Convento de Jesus, de 69 anos.

- D. Bárbara Francisca de Sousa, solteira, natural de Lisboa, freguesia de Santa Justa e moradora na da Encarnação, na Rua “da ametade das flores”, de 43 anos.
Conhece a habilitanda, natural de Tomar e moradora na Nazaré, pois ela testemunha se criou na mesma vila de Tomar dos 11 meses aos 11 anos, e são parentes “em grao conhecido de sanguinidade”;
o pai da habilitanda era primo do pai da testemunha;
conheceu Isabel Delgada já viúva em casa de seu filho; ouviu dizer que Diogo Ribeiro era natural de Santarém e se lembra que José da Costa Montanha pretendeu uma certidão, não sabe se do pai ou do avô, e que veio a resposta que os livros da freguesia se tinham queimado, e parece-lhe que a freguesia era Marvila;
lembra-se que o pai da habilitanda e o pai dela testemunha se tratavam por parentes com um tal Aparicio do Couto, o qual ouviu dizer seu pai era Familiar do Santo Ofício e morava “para as partes” de Oeiras e vivia de suas fazendas, sendo solteiro;
ouviu também dizer que um tio ou irmão for a Impressor do Santo Ofício;
também ouviu o pai dizer que na geração do Montanha havia parentesco com Frei Estácio da Boa Hora, “aonde foi Vigario Geral”, com um religioso do Carmo, “fulano Ribeiro” e com um Padre da Companhia de Jesus;
pôe a hipótese de Aparicio do Couto ser filho de uma irmã de Diogo Ribeiro;
diz que Agostinho Quaresma, pai dela testemunha, era primo inteiro “por sanguinidade” de José da Costa Montanha, por ser filho de Maria Ribeiro “por donde vinha o parentesco”.

- D. Henrique José de Almeida, Religioso da Sagrada Religião do Hospital de Jerusalém de Malta nela Capelão de Obediência, natural de Vila Viçosa, Arcebispado de Évora, e morador na Rua de Pedro Dias, junto ao Convento de Jesus, freguesia de Santa Catarina, de 55 anos.
Diz ter conhecido o pai da habilitanda, morador nesta freguesia na Rua do Vale, Terreirinho, “e este conhecimento tem dele por lhe escrever varios tempos em sua Caza, e tinha notticia que elle antecedentemente tinha embarcado para as Indias de Espanha por Ordem de Sua Magestade por Escrivão do Comerçio”;
depois casou em Tomar com mulher de que não sabe o nome;
depois veio para Lisboa onde casou 2.ª vez com uma mulher que ainda é viva “e dizia elle que a tinha trazido ao collo em pequena, e tinha varios filhos que existem, e a sua ocupação era ser manuense (sic), por que escrevia bem”;
não conheceu os avós paternos da habilitanda mas ouviu José da Costa Montanha falar deles pois moraram na casa onde ele testemunha mora;
ouviu dizer que o pai da habilitanda tinha parentesco com Francisco Carreira Moniz, homem de negócio que morou no Poço Novo.

- Guilherme José de Carvalho Bandeira, secretário do Ex.mo Conde de Vila Nova, viúvo de D. Bárbara Francisca Xavier, natural de Lisboa, freguesia da Encarnação e morador em Santos, de 39 anos.
Sabe do 2.º casamento de José da Costa Montanha com D. Leocádia Teresa Rosa, de quem tem filhos, e que foi morador no Mocambo na Rua da Madragoa onde morreu e está enterrado haverá 3 anos;
ouviu dizer a José da Costa Montanha que seu pai for a impressor e que depois da morte deste ficara a viver com um tio, Jorge Carreira, “o qual he o que lhe dava o sustento e que o mandava ao estudo”;
o pai da habilitanda era irmão de uma Inês de quem lhe parece procedem o Padre Henrique da Costa e seu irmão, clérigos, os quais se acham habilitados pelo Patriarcado e são moradores aos Poiais de S. Bento.
Não refere o seu parentesco com a 2.ª mulher de José da Costa Montanha.

- Josefa Maria da Rosa, viúva de José da Rosa Pinto, Escrivão que foi da Fazenda Real, natural da freguesia do Santíssimo Sacramento, moradora no Mocambo, freguesia de Santos, na Rua direita em casa de Guilherme José de Carvalho, de 76 anos.
Não conhece a habilitanda mas sabe da sua existência, pois o pai desta foi casado 2.ª vez com a filha dela testemunha, chama D. Leocádia Teresa;
diz que conheceu os pais da habilitanda e que a mãe desta “deu de mamar à mesma Dona Leocadia” e ela na mesma ocasião deu de mamar a uma filha dela, D. Luísa;
José da Costa Montanha “exercitava a occupação de escrever m varias partes”;
conheceu Isabel Delgada, moradora nesta cidade na Rua das Parreiras, Rua da Cruz e de Pedro Dias, junto do Convento de Jesus;
ouviu dizer que Diogo Ribeiro Carreira fora impressor.

- D. Leocádia Teresa Rosa, viúva de José da Costa Montanha, natural da freguesia Pederneira do sítio da Nazaré, Couto de Alcobaça, assistente nesta cidade em casa da Condessa de Valadares, freguesia do Sacramento, de 46 anos;
não conhece a habilitanda mas sabe que assiste na Nazaré casa do cunhado Francisco Solano; conheceu a mãe da habilitanda, “que foy a que lhe deu de mamar em Lisboa, pela grande amizade que havia entre os pays de huns e outros”;
ouviu dizer que Diogo Ribeiro Carreira era de natural Santarém e que o seu marido tentara obter uma certidão deste ou de seu pai e tinha vindo a resposta de que os livros se tinham queimado;
ouviu dizer a seu marido que Diogo tinha sido impressor e tinha um irmão, Jorge Carreira, que também fora impressor “da oficina chamada de Charsbeque” e que tinha outros parentes, como a mulher de Bento Carreira Moniz, que morou no Poço Novo, e lhe parece era irmã do avô da habilitanda, como também a mulher de Santos da Costa Freire, todos falecidos;
sabe também que José da Costa Montanha era primo do Capitão José Rodrigues pai de Francisco Xavier Sargento ou Alferes do Regimento da Armada, e também de Agostinho Ribeiro Quaresma, que foi do Consulado da Casa da Índia, irmão de D. Bárbara Francisca de Sousa que ainda existe em casa da viúva do dito Agostinho;
o marido dizia ser parente de Aparício do Couto mas não sabe como.

- Maria Rosa, viúva de Manuel Carvalho, homem marítimo, natural da vila de Alvito, Arcebispado de Évora, assistente em Lisboa desde os 5 anos, de 75 anos; diz ter conhecido José da Costa Montanha “desde pequeno que era estudante por cauza de hir brincar com outros da sua idade a hum quintal do Pay della testemunha”;
ouviu dizer que casou duas vezes e que teve filhos de ambos;
foi morador na Rua de Manuel Palha Leitão como ele testemunha.

- José de Sande Nabo, que vive de suas fazendas, casado com D. Catarina Tomásia Xavier, natural do Cadaval de Óbidos, Arcebispado de Lisboa, e morador ao Cunhal das Bolas, junto de S. Pedro de Alcântara, freguesia de Nossa Senhora das Mercês, Familiar do Santo Ofício e Cavaleiro Professo na Ordem de Cristo, de 66 anos;
conheceu José da Costa Montanha “por elle testemunha hir com seo pay a Indias de Espanha há mais de sincoenta annos, onde achou o refferido Jozé da Costa Montanha, e soube então que ele era de Lisboa”; do.

Fl. 88-89
Atestado das inquirições passado pelo Notário Manuel Teixeira da Cunha.
Refere que Aparicio do Couto era mercador em Oeiras, no lugar “dogoylão” onde tinha uma fazenda que vendeu ao médico Torres, e que morreu na Porcalhota em casa de um parente que era ferreiro;
sempre fora solteiro e só tivera uma irmã que era coxa e não havia notícia de ter tido geração; a mãe chamava-se Catarina do Couto.
Não encontrou certidões dos avós da habilitanda, pelo que não pode comprovar a fraternidade do avô com a mãe do referido Aparício.

Fl. 89v.º
Baptismo de José da Costa Montanha – Lisboa, freguesia de Santa Catarina do Monte Sinai
José e Santos, baptizados a 26.2.1672, filhos de Diogo Ribeiro, já defunto, e de Isabel Delgada, sua mulher.
Padrinho de ambos: Santos da Costa. Madrinha de Santos: Isabel Coelha. Madrinha de José, D. Inês de Sousa.

Baptismo de Aparício do Couto – Oeiras, freguesia de Nossa Senhora da Purificação
Aparício, baptizado a 25…1662, filho de João do Couto e de Catarina do Couto.
Padrinho: Padre João Ferreira, de Carcavelos.

Casamento de João do Couto e Catarina do Couto – Oeiras, freguesia de Nossa Senhora da Purificação
30.10.1658 João do Couto, filho de Tristão Dias do Couto e de sua mulher Maria dos Santos, naturais de Cascais, com Catarina do Couto do Sobral, filha de Tomé Ribeiro do Couto e de Mariana Dias, sua mulher moradores na “dogoylão”, freguesia deste lugar de Oeiras.
Testemunhas: João Vaz Luís, Padre Paulo João, Padre António Jorge.

Fl. 93-116
Inquirições em Peniche
25.10.1751 – Testemunhas:

- Jorge Gomes Sorval (?), oficial de …, natural e morador em Peniche, de c. 65 anos;
conhece D. Violante mas diz ser casada com Francisco Solano, Capitão de Ordenanças e Escrivão dos pinhais d’El-Rei;
conheceu-a em Alcobaça em casa de seu pai José da Costa Montanha.

- Raimundo Gomes Sorval, …, natural e morador em Peniche, de c. 61 anos; não conhece a habilitanda mas repete o mesmo que o anterior no que respeita ao marido.

- João Francisco, oficial de sapateiro, natural e morador em Peniche, de c. 60 anos.

- Gregório Ferreira, trabalhador, morador em Peniche, de c. 87 anos.

- João Franco, mareante, morador em Peniche, de c. 85 anos.

- Domingos Álvares, oficial de sapateiro, natural de Óbidos e morador em Peniche, de c. 70 anos.
- Vicência Maria, viúva de Francisco Franco, natural e moradora em Peniche, de c. 80 anos.

- D. Maria de Matos Osório, natural e morador em Atouguia da Baleia, de c. 65 anos;
conheceu Isabel Delgada por assistir alguns anos em casa dos pais dela testemunha;
Diogo Ribeiro Carreira tinha sido “impressor de livros de cuja occupação sustentava a sua familia”.

- D. Serafina Maria Osório Travassos, moça donzela, natural e moradora nesta vila, de c. 70 anos;
conheceu Isabel Delgada que assistiu alguns tempos em casa de Luís Viegas Leitão, onde morreu;
era parente do Capitão Luís Teixeira Franco, Familiar do Santo Ofício, pai do Dr. Francisco Delgado, Inquisidor na Índia.

- Capitão Francisco António Rebelo, natural e morador em Atouguia da Baleia, de c. 70 anos; José da Costa Montanha fora escrivão do Pinhal d’El-Rei e da Superintendência de Pero Pinheiro; refere os mesmos parentes da testemunha anterior.

- Domingos de Abreu, trabalhador, natural e morador em Peniche, de c. 90 anos.

- João Nunes, lavrador, natural e morador em Peniche, de c. 80 anos.

Fl. 119v.º (sem número)
Parecer de Nuno da Silva Teles, aprovando as diligências, 4.11.1752
Diz que Diogo Ribeiro Carreira, segundo algumas notícias “e pellos dous instrumentos appensos” consta ser filho de João Carreira o qual fora irmão de Francisco Carreira e ambos filhos de José Carreira e de Margarida da Silva, da vila de Santarém.

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